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sábado, 27 de dezembro de 2008

Queda de braço




Uma situação muito curiosa está acontecendo na localidade onde fica a Cerveja Itaipava. Nos últimos tempos, ela tem expandido a fábrica, comprando os terrenos em volta, principalmente onde há fonte de água.

Um senhor de família tradicional, porém, se nega a vender as terras dele, o que anda desagradando um tanto os donos da empresa. Dizem até que foram oferecidos R$ 8 milhões para o senhor José (nome fictício), que se mantém irredutível. No meu caso, eu teria aceitado a primeira proposta. “Quer R$200 mil?” “Me dá R$100 mil e mais vales-transporte todo mês que está tudo certo”.


Como o senhor “José” não precisa de dinheiro mesmo, prefere ficar com os bens, que muito provavelmente devem ter valor sentimental.


O engraçado é que um pequeno comerciante tem sido uma pedreira no sapato da Itaipava, ou água no chopp dela, melhor dizendo. Os destacados executivos, com ternos, gravatas, agendas apertadas e viagens para a Europa a todo momento, devem estar esquentando a cabeça numa sala reservada para encontrar um meio de convencer o senhor a ceder. Dinheiro eles já viram que não é o caminho mais fácil.


A Comissão do Braço a Torcer precisa trabalhar mais, contratar psicólogos, comunicadores, padres e, principalmente, atrair amigos do seu “José”. Estes sim podem fazer a cabeça dele, mas nada garantido.


Não creio que seja o caso, mas se houver alguém da cervejaria lendo este post, lá vai uma sugestão. Diga que o apelo maior é da juventude, que bebe como vaca come capim, o dia todo quando possível.


“Senhor José, há pessoas que sem aquela aguinha apimentada não conseguem desempenho social, nem amoroso. Já pensou? Você pode estar impedindo o relacionamento de duas lindas pessoas que vão se casar, ter filhos e construir uma perfeita família. Não cometa esse equívoco. Em nome das crianças!”.


Apesar disso, particularmente torço para que ele se mantenha firme na posição. Está divertida a queda de braço.Uma empresa do porte da Itaipava tendo que negociar com alguém de menos expressão empresarial (muito menos).


Por fim, acho que a cervejaria vence. Não sei quando, mas vence. O forte sempre acaba levando a melhor. Pode demorar alguns meses, anos e até décadas (embora ache que não seja o caso), mas de alguma forma aquele bendito terreno, agora mais valioso do que nunca, será base de mais máquinas de fabricar cerveja. As futuras gerações dos socialmente mais inibidos agradecem!

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