Durante a Idade Média, dormimos muito e profundamente. Sonhamos bastante. De manhã, concentramos o vigor de um corpo e mente dispostos a agir, produzir, aprender. À tarde, após o Iluminismo, nos lançamos a um processo insano de racionalização, individualismo, concorrência, que, ao extremo, não fazem bem, ao contrário.
Tudo isso faz bem, sim, à economia. Muito bem, por sinal! Essa área é regida por regras próprias, impiedosas e pouco (ou nada) preocupa-se com o bem-estar humano. Sobram autores que abordam o tema, como Debord e Bauman (dois dos maiores).
A própria publicidade, símbolo espetacular, ferramenta de exclusão/inclusão e exemplo da soberania econômica sobre a pessoa, tem denunciado a recusa humana em enclausurar-se na caixinha do individualismo e revela a nossa aceitação em nos abrimos para o convívio harmônico com os outros.
Freqüentemente, as campanhas de cerveja destacam o fim do expediente de trabalho, quando os amigos se reúnem para rir, brincar e... beber cerveja, claro! É o momento de exaltação! Nada mais feliz! O "happy hour" acontece por volta das 18h.
No entanto, ainda são 17h. É o princípio do despertar. Estamos muito ligados às tarefas não criativas, aos afazeres inúteis. Dentro de alguns minutos chutaremos o balde. Falta pouco.
O surgimento e, principalmente, a expansão das ferramentas virtuais de comunicação colaborativa, horizontal e mais próxima à democracia, não me deixam mentir. O Orkut, os blogs, o MySpace e os fóruns de discussão, entre outros, demonstram, na rede, o que queremos fora dela: informalidade, transparência e tudo mais registrado acima.
17h é o momento da desaceleração de um esforço sem planejamento direcionado para um horizonte qualquer. Já é a hora de darmos conta disso e pensarmos em um novo direcionamento.
Até lá!
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