Por acaso você já sentiu culpa por não fazer alguma coisa, por ficar parado olhando o céu, o teto do quarto, ou ainda o movimento dos carros na rua? Aposto que este é o caso de muita gente que lê este post, inclusive o do escritor amador que vos escreve.
Hoje em dia (a princípio não vivi em outra época) exercer atividades é sagrado. "Trabalhe muito". "Pratique esporte". "Vá à academia". "Estude". Com tantos imperativos, nos sentimos pequenos em "desperdiçar" tempo coçando o s ... nariz.
É por discordar dessa imposição produtiva que foi criado o Clube de Nadismo. A idéia central é proporcionar qualidade de vida a partir de um freio acionado por nós mesmos. O símbolo do nadismo é um cubo branco dentro do qual a pessoa descansa da vida pós-moderna, corrida, movimentada, agitada, conturbada, desgastante.
No cubo podemos ficar parados, sentados ou deitados, sem o sentimento repreensível. Os encontros acontecem num ambiente propício, num parque cercado de verdes, com o mínimo de poluição (a urbanização tem feito com que a poluição atingisse inclusive regiões arborizadas), para impedir a penetração da angústia produzida principalmente nas grandes cidades.
A cerimônia é apenas um incentivo, porque cada um de nós pode praticar o nadismo sem encontros oficiais. Falte à aula, falte ao trabalho, desmarque os compromissos, use roupas leves e relaxantes, sem achar que a Nike constrói a sua identidade. Faça nada. Coloque um poster do Martinho da Vila na parede e medite: é devagar, é devagar, devagarinho.
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