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quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Viva a bicicleta


Há alguns movimentos no Brasil que pregam a valorização da bicicleta. Pessoas comuns e grupos organizados tentam promover hábitos diferentes, privilegiando a qualidade de vida, o bem-estar, a redução dos danos ao meio ambiente e a implementação de uma sociedade mais motivada e comprometida consigo mesma.

É com esse objetivo que está acontecendo neste momento a Conferência Internacional de Mobilidade Por Bicicleta, em Brasília. A proposta é mais do que utilizar a bicicleta como meio de passeio nos fins de semana. É fazer com que nas cidades as pessoas se locomovam para os mais diversos lugares (faculdade, trabalho, padaria, motel - não, motel não) em cima de uma bicicleta. A gente só tem a ganhar.

Sem dúvida o carro é muito, muito importante, mas em vários casos ele é utilizado sem necessidade. Apenas como comodidade e afirmação de uma identidade irrelevante. É aí que começa o problema, porque causa um inchaço terrível nas grandes e médias cidades. Em São Paulo, quem não tem helicóptero (deve ser a maioria) precisa sair de casa com duas, três horas de antecedência para chegar ao local do compromisso na hora certa. O estresse já começa de manhã. Ruim, né?

Acho que está mais do que provado que a ânsia pelo "desenvolvimento" e a destruição irracional do meio ambiente não podem ser mantidos sem o fim da nossa espécie e de tantas outras (talvez mais importantes). Não dá mais para fabricar carros sem levar em conta que o petróleo acaba e que a atmosfera sofre com a emissão de gases.

Um ótimo exemplo vem de São Paulo, a cidade que sofre com os piores congestionamentos e sabe o que significa o excesso de cimento. O prefeito de lá, Gilberto Kassab, deve criar 100 km de ciclovia em 2009 na cidade. Esse número pode ser ampliado para 1.000 km até 2018. Já é um início.

Uma das mais conhecidas defensoras da bicicleta é a vereadora Soninha. Lembro que em setembro no debate da Band pela prefeitura, ela foi pedalando, à noite, para o confronto de idéias contra o Maluf, a Marta e o Alckmin, entre outros, que chegaram em carros bem caros com vidros escuros e jogando fumaça para o alto. Freqüentemente, a Soninha (que também já jogou fumaça para o alto) vai de bicicleta às sessões na Câmara. Ela utiliza aquela bicicleta flexível e viaja sem problemas pelos metrôs.

Tomara que essa cultura pegue no Brasil. Só quem perde são as indústrias automobilísticas e as marias-gasolina. Não faz mal, os empresários migrarão para o setor das bikes, criando e aperfeiçoando produtos relacionados.

As marias-gasolina também saberão se adaptar. Por falar nisso, gostaria de aproveitar a situação para informar que a minha bicicleta tem 21 marchas.
Obs: a imagem é uma caricatura da vereadora Soninha. Não sei quem produziu, deve ter sido a equipe de campanha dela.

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