Que tal fazer uma média com a namorada e levá-la num sábado desses ao cinema, ao teatro ou ao show do Agnaldo Timóteo? Não sei, talvez para assistir ao novo filme do Didi, se é que há novo filme, a uma peça que está em cartaz na cidade ou mesmo se encantar com o romantismo do vereador (Agnaldo é político há muito tempo).
Você deixa de lado a barreira dos poucos recursos financeiros, pede um generoso empréstimo ao pai, à mãe, à avó, à tia, ao tio, que lhe dão uns trocados e garantem o programa do dia. Ah, não pode esquecer a carteira de estudante, para pagar meia-entrada e tomar um lanchinho camarada no McDonald´s no final da sessão.
Quando chegam à bilheteria, você é informado que a meia-entrada não mais existe durante os fins de semana e feriados locais e nacionais. Reação: água no chopp, banho gelado, frustração, tristeza, depressão, vergonha, sem jeito, vontade de enfiar a cabeça numa cratera...
A situação acima pode ser comum caso seja aprovado um projeto do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG). A matéria, que já passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado , quer pôr fim à meia-entrada para estudantes e idosos que forem ao cinema nas datas descritas no parágrafo anterior. Para outros eventos, como shows do Agnaldo Timóteo, a medida valeria entre a quinta-feira e o sábado.
Além disso, a idéia é revogar a Medida Provisória 2.208, de 2001, que pôs fim à exclusividade das entidades estudantis na emissão das carteiras. Aquelas, se não me engano, cobram até R$ 25 (sim, R$ 25) para que possamos exercer o direito de ter acesso à cultura por um preço razoável, já que a maioria dos estudantes não possuem condições financeiras muito privilegiadas.
Caso você não concorde com o projeto, não faça cerimônia. Mande e-mail para o nobre senador Azeredo (eduardo.azeredo@senador.gov.br) e ligue para o Senado (0800 61 22 11). Ou você vai aceitar pagar entrada-inteira para o show do Agnaldo Timóteo?
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