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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

O poder da caneta

Foto: Leonardo Costa/Esp.EM/D.A Press
Por um acaso você já leu o livro "A Ilariante, Comediante, Irritante e Insultante Política Brasileira"? Nem eu. Acontece que não somos os leitores, mas os próprios personagens. Não se anime, pois somos personagens coadjuvantes, mas personagens, é verdade (chique, né?).

Esse livro é estranho e criativo. O início é igual ao fim, que é igual ao meio, que é igual às interseções entre início, meio e fim. Algumas situações e personagens são alterados, mas sempre com as mesmas práticas políticas, mais estáveis do que pedra masculina, sem dinheiro, excitada por uma pedra feminina. Há uns espertos de ternos caros, elegantes, e uns bobos (prazer, Bruno).

O texto da próxima edição começou a ser elaborado dia 1º de janeiro último. Logo no início do livro, adivinhe, um escândalo, comum em todas as edições anteriores.

Desta vez, um deputado federal foi acusado de sonegar imposto referente a um castelo, ou melhor, mega-castelão construído no interior de Minas Gerais. O parlamentar também teria desviado benefícios que deveriam ter sido repassados a ex-funcionários.

Alguma novidade? Creio que não. Sempre os políticos, perdendo chances de agir conforme as exigências da carreira pública. Se engraçam para a Dona Dinheirinho, uma tentação de mulher (ah, se me desse mole!).

Só para relembrar uns casos recentes: cartão corporativo, calheiros, funcionários fantasmas em assembléias legislativas, preço elevado da merenda escolar, sanguessugas, entre tantos outros. Como poderia esquecer o mensalão e o mensalinho?

A política em sua essência sofreu um golpe, duro golpe. Em vez de ser praticada em benefício público, coletivo, ela tornou-se trocas de favores, privilegiando pequenos grupos privados.

Embora personagens coadjuvantes, também podemos ser escritores. Que tal mudar o curso da História e lançar uma inovadora e surpreendente edição de "A Ilariante, Comediante, Irritante e Insultante Política Brasileira” dia 1º de janeiro de 2011? Até o título seria outro. Algum palpite?

Já começaríamos bem a próxima década. A caneta verde da esperança é sua. Mãos à obra!

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