"Melhor do que ler a coluna do Veríssimo num domingo ensolarado de manhã, esperando a chegada do café para pular na piscina, é ler o Letras e Harmonia a qualquer hora em qualquer lugar", Zé- operário.



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quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

A outra face

A nossa fama no exterior, e até aqui mesmo, é a de que somos um povo hospitaleiro, alegre, caloroso e acolhedor. Sim, somos sim. O que os gringos não sabem é o nosso outro lado, menos simpático, o que diga a crise econômica mundial.

Qualquer motivo é desculpa para festas. Agora nesse fim de ano, nem ligamos para a crise, para as bolsas de valores. Desprezamos. Ignoramos.

Por mais que em dezembro de 2007 as vendas tenham sido melhores em relação ao mesmo mês de 2008, o brasileiro foi às compras, movimentou os shoppings, aqueceu a economia.

Uma semana após o Natal, mais festa, bebida, comida, diversão e...desprezo. A imprensa entrou no clima e reservou menos espaço à crise. Destacou os preparativos, as movimentações, as expectativas e, claro, a própria folia do reveillon.

Essa é a grande vantagem de ter o nível escolar mais baixo do que os europeus. Enquanto eles dramatizam, preocupam-se durante horas, nós, aqui, só ligamos até a primeira curva.

Acho, inclusive, que economista nunca deveria comentar sobre economia, assim como o cientista político poderia evitar falar sobre política. Eles teorizam demais, fantasiam, aprofundam-se de tal forma que saem do cotidiano.

O brasileiro evita esquentar tanto a cuca. Quem vai se preocupar com a General Motors quando a turma se reúne para a cervejinha, para o churrasquinho e para a caipirinha?

Coitada da crise. Mal saiu de dezembro e já vai enfrentar um janeiro preenchido pelas férias. Logo depois, em fevereiro, vem o Carnaval. É aí mesmo que ela some do mapa!

Não adianta discurso do Obama, apelo do Lula e do papa. Fevereiro é comandado por Ivete Sangalo, Chiclete Com Banana, Cláudia Leite. Carnaval é sagrado para o povo da terrinha, que pula mais durante este feriado do que canguru com formigas atrás.

Logo após... tudo volta ao normal. O governo e o setor privado já terão tido tempo suficiente para afastar as ameaças. Caso contrário, se o Coelhinho da Páscoa não ajudar, a próxima festa só em junho, a não ser que o governo edite uma Medida Provisória antecipando a festa junina para maio.

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