"Melhor do que ler a coluna do Veríssimo num domingo ensolarado de manhã, esperando a chegada do café para pular na piscina, é ler o Letras e Harmonia a qualquer hora em qualquer lugar", Zé- operário.



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brunolara_@hotmail.com

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Poesiar

Poesio. Poesio sim.
Poesio porque gosto.
Poesio porque quero.
Poesio porque é belo.

Poesio. Poesio sim.
Poesio para você,
Poesio para mim.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Um certo alimento

Três moradores de rua jogavam dama na mesa central da praça da cidade. Às 21h do dia 31 de dezembro, zeca, josé e chico faziam o mesmo que faziam o ano inteiro. Nada especial. Eles eram tão tradicionais na localidade quanto o padre e o delegado.

Constantemente bêbados, inclusive para tapear a fome, recebiam comida em determinadas datas, como na Páscoa, no Natal e no próprio reveillon. Também esporadicamente ganhavam roupas e cobertores. Os doadores costumavam ser as figuras mais conhecidas e destacadas da cidade, como um vereador ou outro, um comerciante, o casal playboy, o contador e o pequeno fazendeiro. Agiam assim mais pela notoriedade e como meio de minimizar os podres praticados nos bastidores. Nada muito nobre.

Depois de perder quatro partidas de dama seguidas, zeca quis sair da brincadeira. "Estou de saco cheio". josé insistiu para que o amigo continuasse. "Se a gente não jogar, vamos dormir. Não temos muitas opções." zeca não se convenceu.

- Estou cheio, não só da dama, mas de tudo isso. Cheio desta cidade, desta gente... Para vocês está tudo bem?

- Ótimo, tudo ótimo- rebateu chico.

- Parem com essa discussão. Se for o caso, vamos nos distrair com outra coisa. Que tal a gente ir à cachoeira agora?

Antes que alguém pudesse responder à sugestão do josé, o Dr. Arthur se aproximou, chamando a atenção dos três. Arthur era um tradicional político da região. Foi vereador por alguns mandatos, prefeito duas vezes, deputado estadual e federal, além de candidato a vice-governador. Naquele momento, ele estava sem mandato. Há três anos fora cassado, acusado de desvio de dinheiro na prefeitura. De qualquer forma, exercia pleno poder, influenciando muita gente e com livre abertura na prefeitura, cujo titular era do grupo do próprio Dr. Arthur.

De personalidade forte, ele era alto, bem gordo, possuía um bigode do qual se orgulhava bastante, usava jóias no pescoço e nos dedos da mão esquerda, além de um chamativo dente de ouro. Uma clássica figura. Raramente dirigia. Quem fazia essa função era Albertino, o motorista braço direito que viera do Nordeste. Nesse dia, porém, o Dr. Arthur estava só. Deixou o carro preto importado do outro lado da rua e foi falar com zeca, josé e chico. Segurava uma sacola na mão direita.

- Muito boa noite, meus queridos amigos! Como vão? Animados para a chegada de mais um ano?- sem dar oportunidade para que alguém respondesse, o senhor continuou- Trouxe para cada um dos senhores deliciosas comidas preparadas especialmente por minha cozinheira. Ela é fenomenal. Sempre...

- Pode levar de volta- interrompeu zeca.

Surpreendente. Silêncio. Clima tenso.

- Você só pode estar sóbrio, zeca!- gritou josé.

- Tudo bem, vocês comem, eu não.

Claramente irritado, o Dr. Arthur lançou a ira contra o ousado mendigo.

- Meu rapaz, você sabe com quem está falando? Sabe a quem está afrontando? Jamais alguém recusou ofertas minhas.

Com uma expressão serena, sem qualquer abalo ou receio da reação alheia, zeca insistiu na atitude.

- Fico feliz em ser o primeiro. Pode dividir a minha parte com eles. Se preferir, coma.

Óbvio, a ira do Dr. Arthur aumentou. Estava realmente nervoso, indignado, incrédulo. Neste momento, o Sr. João, dono de uma padaria, se aproximou. Cumprimentou um por um apertando pacientemente as mãos.

- Uma reunião na praça, e na véspera do ano novo...

- Meu caro João- disse o Dr. Arthur- este indigente está me afrontando- apontou para o zeca- Recusou-se a aceitar a comida que trouxe para ele. Quer aparecer, mas com a barriga vazia, embora cheia de cachaça.

Pacificador, o Sr. João, sempre calmo, sorridente e gestos comedidos, considerou a situação um engano. Para ele, tudo iria se resolver, já que o Dr. Arthur, "homem de bom coração", trouxera o alimento exatamente para agradar aos "queridos senhores".

Aqueles minutos foram suficientes para atrair uma certa quantidade de curiosos que transitavam pela praça. Uma jovem estagiária de um canal de TV local voltava do trabalho quando assistiu à cena. Não teve dúvida, ligou para a redação e relatou o que presenciara. Em muito pouco tempo, um dos dois carros da emissora estava lá para ameaçar a reputação do poderoso político.

O Dr. Arthur já estava numa armadilha. Não poderia recuar. Teria que, sozinho, enfrentar e convencer o zeca.

- Ah, entendi. Você deve estar alimentado, não é meu filho? Tudo bem, vou deixar a comida ai. Depois, uma hora ou outra você come.

- Você não está entendendo muito bem- disse zeca- Não quero esse pote. Você já me alimentou.

- A última vez que lhe trouxe comida foi semana passada, no Natal. Ok, diga o que deseja e eu mando a minha empregada preparar. O que quiser, pode dizer.

- Já estou cheio, mas agradeço de coração- disse com um ar irônico.

Era muito para alguém tão nobre e socialmente relevante como o Dr. Arthur. Diante de uma certa multidão, ele estava nitidamente desconcertado, contrariado. Ele perguntou se alguém havia levado alimento aos moradores de rua. Ninguém respondeu. De fato, ninguém o fizera.

Ele lembrou do padre. Sim, talvez ele, e provavelmente ele havia levado algo. Mandou chamar o bendito padre Zinho para tirar de vez a dúvida. Uma senhora frequentadora das missas lembrou que o padre deveria estar ocupado, "faltando tão pouco para a virada do ano."

O Dr. Arthur não quis saber. Manteve-se firme. Em pouco tempo, Zinho, quase obrigado, estava na praça. Negou ter visto zeca, josé e chico nos últimos dias.

- Arthur, foi você mesmo quem me alimentou- afirmou zeca, com firmeza.

- Como disse, meu jovem?

- Estou muito bem alimentado, mas não com comida.

Novo coração

No calor da poesia,
Outro coração nascia.
Dócil, frágil e amigo,
Esse coração ansiava por abrigo.

Pisado e humilhado,
Massacrado e ignorado,
O coração, antes censurado,
Correu para o colo literário.

Hoje, quente, confiante e seguro,
Vive a sinceridade de um batimento puro,
Jovem e maduro.

O caminhar

Iniciou o caminho da verdade.
Encontrou verdadeiras mentiras
E aparentes verdades.
Caminhou. Caminhou.
Por fim, se perguntou: Há fim?

A casinha

Lá no alto,
Bem lá no alto daquele morro
Existe uma casinha,
Simples casinha de gente humilde.

No jardim, felizes crianças
Brincam em liberdade,
Longe da angústia da cidade,
Perto de uma verdade
Proposta, não imposta,
Pela natureza.

No fim da tarde abafada,
O céu escurece, vem a nuvem carregada.
Em poucos minutos,
A casinha, molhada,
Desaparece lá...lá longe.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Simples espetáculo

Debruçado na janela,
Observo-a caminhar, ou seria desfilar?
Cada passo, cuidadosamente ensaiado,
A movimentação do corpo
E a insinuante face
Fazem dela uma profissional,
Mas com espírito amador.

Ela passa e sorri,
Acena, mas não pára.
A rua a pertence neste momento.
Sabe disso mais do que eu.
Toma conta da propriedade,
Pára os carros, atrai os olhares
E fortifica os raios do Sol.

O dia, firme e mais claro,
Cumprimenta-a pacientemente.

Quando ela sai,
As cortinas se fecham,
A iluminação do palco perde intensidade.
Todos aguardamos o retorno de agradecimento.

Ela, porém, segue direto para o camarim.
Eu? Na janela lembrando o espetáculo.

Água divina

Cai a água cristalina,
Água límpida e revigorante,
Tão saborosa quanto estimulante.

Água da chuva e do mar,
Água da mina, da cachoeira,
Água humana purificada.

Cai a água dos olhos,
Do chuveiro e da mangueira.
Água divina,
Contagie a Terra inteira.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Vazio acolhedor

A noite passa lentamente
Sem agressão, violência ou imposição.
Passa como alguém discreto e sereno,
Deixando um ar frio, poético e ameno.

Ainda durante a movimentação,
Ela se aproxima e contamina o ambiente.
Deixa a gente diferente,
Calmo e reflexivo,
Triste ou contente.

Na falta do Sol,
Lua e estrelas manifestam a beleza do escuro.
No silêncio do mistério,
Animais cantarolam, ou permanecem quietos,
Mas de uma forma ou de outra,
Todos, espertos, desfrutam o vazio acolhedor.
Queridíssimos leitores,

recebi de um amigo um texto do Saramago sobre o Barack Obama. É curto, mas interessante. Dêem uma olhada:

De onde saiu este homem?

José Saramago

Donde saiu este homem? Não peço que me digam onde nasceu, quem foram os seus pais, que estudos fez, que projeto de vida desenhou para si e para a sua família. Tudo isso mais ou menos o sabemos, tenho aí a sua autobiografia, livro sério e sincero, além de inteligentemente escrito. Quando pergunto donde saiu Barack Obama estou a manifestar a minha perplexidade por este tempo que vivemos, cínico, desesperançado, sombrio, terrível em mil dos seus aspectos, ter gerado uma pessoa (é um homem, podia ser uma mulher) que levanta a voz para falar de valores, de responsabilidade pessoal e coletiva, de respeito pelo trabalho, também pela memória daqueles que nos antecederam na vida.

Estes conceitos que alguma vez foram o cimento da melhor convivência humana sofreram por muito tempo o desprezo dos poderosos, esses mesmos que, a partir de hoje (tenham-no por certo), vão vestir à pressa o novo figurino e clamar em todos os tons - "Eu também, eu também". Barack Obama, no seu discurso, deu-nos razões (as razões) para que não nos deixemos enganar. O mundo pode ser melhor do que isto a que parecemos ter sido condenados. No fundo, o que Obama nos veio dizer é que outro mundo é possível. Muitos de nós já o vínhamos dizendo há muito. Talvez a ocasião seja boa para que tentemos pôr-nos de acordo sobre o modo e a maneira. Para começar.

sábado, 24 de janeiro de 2009

No consultório

O psicólogo se virou para o paciente sentado na poltrona ao lado:

- Tudo bem, vamos lá! Por que o senhor veio até aqui?

- Dr., ando cansado, chateado e desanimado. Preciso de um estímulo. Já pensei até em deixar esse mundo.

- Sei, pode retratar o que lhe afeta tanto?

- O senhor não vai acreditar. Já tomei bala perdida algumas vezes, sou assaltado diariamente, tenho pouca instrução, me sinto humilhado, não tenho carro e tenho que enfrentar todos os dias um horrível sistema de transporte...

Quarenta minutos depois...

- A situação parece mesmo ser complicada. Ainda vamos precisar de algumas sessões. Pode vir semana que vem no mesmo horário, senhor... senhor...

- Brasil, Brasil da Silva

A caminhada do menino moço

O menino caminha,
Caminha pela chuva,
Ainda mais forte,
Que ameaça a sua sorte.

O menino mantém a intensidade do passo.
Olhar fixo adiante e coração aquecido,
Ele só enxerga o horizonte,
Que apesar de nebuloso,
Clareia-se aos poucos no fronte.

Tempos depois, já moço,
O antigo menino chega ao fim da trilha
E sorri para o Sol
Que o ilumina.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Universo coletivo

Mundo particular
Privado por grades de gaiola,
Que impedem de voar.

Mundo particular
E dramas individuais
Afastados dos demais.

Universo coletivo,
Acolhedor e primitivo,
Sem grades, sem egoísmo.
Universo humano, altruísmo.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Na hora certa



A gente vive um momento tão contraditório, diversificado e único que eu encontro dificuldade em defini-lo. De qualquer forma, não pretendo caracterizar exatamente a época. Vivamos cada um a própria realidade, realidade esta que já sofre modificações e aponta cenários para a segunda década do terceiro milênio (já?).

Antes de qualquer coisa, gostaria de destacar a eleição de Barack Obama, há pouco tempo um ilustre desconhecido. Não é possível saber exatamente quem é aquele homem, mas está claro a representação dele para o mundo através das lentes midiáticas.

Talvez nós não tenhamos nos dado conta do período histórico pelo qual passamos, mas certamente é um marco, ao que parece positivo. A própria cor da pele de Obama já diz muito e dá auto-estima aos negros, que são iguais aos brancos.

Só o discurso pacifista e otimista do presidente norte-americano é o suficiente para convidar ainda mais pessoas para o lado oposto de Bush filho (da...) . Apesar disso, após deixar a Casa Branca e retornar ao Texas, Bush pediu para Deus abençoar os americanos!!!!

Até a forma elegante e simpática de como Obama trata a esposa em público promete influenciar outros homens a lidar com as respectivas mulheres e filhos.

Barack Obama é um político que valoriza a família, talvez a instituição mais importante socialmente. A globalização e todas as últimas transformações abalaram muito a família, que se viu perdida e incapaz diante de uma poderosa mídia claramente despreocupada com a educação. A falta da família estruturada gera órfãos. Estão cheios deles por aí, lotando cidades também desestruturadas.

Se é verdade que precisávamos de uma liderança mundial, de inspiração e referência, a família Obama veio na hora certa, na véspera da segunda década do terceiro milênio (já?).

Tudo de graça



Quando estamos apaixonados nos tornamos pessoas bobas (no bom sentido), mais receptivas. Nos tornamos pessoas leves e mais alegres. Quando nos apaixonamos, abaixamos a guarda e as relações tornam-se menos tensas, mais agradáveis e floridas.

O sentimento de paixão inspira compositores e também escritores. O tema é o mesmo. Há milhares de músicas, contos e crônicas que abordam o amor, a paixão. Todos, porém, de formas diferentes, com detalhes diversos, linguagens próprias e caminhos específicos. No fim, é como se cada um dos textos fosse o primeiro a ser produzido, dependendo da verdade, da transparência e do comprometimento do autor.

Se a paixão for por uma mulher ou por um homem, o momento em que o casal está junto é intenso, recheado de valor. É mágico. O tempo pára em homenagem e em respeito ao contato dos corpos e, principalmente, das almas. Ambos são protagonistas de um romance real, desprovidos de câmeras de Hollywood e ordens de diretores. Por mais que o cinema queira traduzir a química, o sentimento da paixão, essa tradução jamais será fiel. Ainda bem!

Há outras maneiras de amor. Por exemplo, pelo cachorro, que passa a ser membro da família, por um lugar, pela vida em geral, pelos amigos. Seja por que nos apaixonamos, a transformação é sempre boa, sempre bela. Deixamos as divergências, as amarguras e as angústias de lado para vivermos o presente. Este talvez seja o mais difícil modo de viver. Viver o presente. Isso porque o futuro toma conta do presente, assim como tomou conta do passado.

A paixão, ao contrário, nos presenteia com o presente. Se houvesse amor para vender na farmácia, eu teria um estoque em casa e distribuiria para todas as pessoas ligadas a mim, que rodeiam o mesmo ambiente que eu. Ainda bem que tudo isso é de graça!

Vida poética



Podem falar que a poesia e a literatura em geral são como anestesia para a vida, não ligo. O fato é que ambas são boas, são ótimas, são lindas!

Sou daqueles que enxergam poeticamente a vida, percebendo detalhes em situações comuns, a principio banais. Por exemplo? Na briga do casal, ou mesmo quando esse toma sorvete de casquinha no banquinho da praça às 17h de um domingo qualquer; na movimentação das pessoas no ponto de ônibus; no cachorro tirando pulgas; na formação ou deformação das nuvens; na menina tímida e delicada; na chuva; no samba que acontece no bar; no abraço entre pai e filho; no passarinho alimentando os filhotes...

Essas são algumas das situações que me chamam a atenção, despertam o meu olhar curioso. Geralmente, guardo-as para mim, não comento com alguém. Na média, as pessoas consideram tolas a cenas descritas acima.

É difícil compartilhar a beleza do vento tirando o sossego das árvores, que trazem o som das folhas batendo umas contra as outras e mexendo com toda uma gama de bichos que ali habitam. É difícil compartilhar o choro ou mesmo o sorriso encantador da menina que caminha na calçada entre inúmeras outras pessoas. É difícil compartilhar a beleza do infinito amor que o vira-lata oferece a qualquer pedestre. São difíceis sim, mas a compreensão é prazerosa!

Na falta de muitas visões poéticas e ouvidos sensíveis, encontro uma fria e vulgar folha de caderno antigo. A princípio, ela aceita tudo, mas ao ser preenchida, a folha deixa de ser ordinária e personaliza-se. Agora ela é uma arte, assim como a moça da vida que tornou-se uma dama apaixonante!

Olá, pessoal! Poucos sabem que eu faço coleção de frases e comentários interessantes (do meu ponto de vista, claro!). Gostaria de compartilhar a seguinte pergunta (que faz parte da coleção) com vocês:


"Existe um ponto a partir do qual o avanço do processo civilizatório passa a implicar perdas maiores do que os benefícios conquistados?"


Considero a questão relevante, porque nos põe a pensar sobre a vida contemporânea e as consequências que ela nos oferece. A questão foi um pouco discutida no semestre passado, durante a aula de Comunicação e Novas Tecnologias. Para mim, esse ponto existe sem dúvida, mas a grande questão é saber em que parte da História ele está e se já o alcançamos.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Pessoal,

estou novamente (parcialmente) offline. Mesmo assim, já há contos em construção! Retorno em breve!

Grande abraço!!!!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

De olho em 2010

Foto: Agência Estado (exceto a logo do "Não vô").


Essa aí na foto é a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil.Ela apareceu de visual novo, mais moderno e leve na abertura da 36ª Couromoda - Feira Internacional de Calçados, Artigos Esportivos e Artefatos de Couro, realizada no Parque Anhembi, em São Paulo. Até que está mais bonitinha, mas mesmo assim... não vô! E você?





Juntos de novo



A Internet é um perigo. Nos envolve de tal forma e eficiência que a gente não percebe a profundidade da relação. Devagar, ela chega, nos insere num ambiente muito atrativo e... pronto! Não queremos mais sair de lá. Sabe aquele menino pobre que vive um dia de luxo e depois não quer mais largar o osso? Então...

Só percebemos o quanto estamos apaixonados quando poucos dias distantes são suficientes para bater aqueeeeela saudade. Eu estive com aqueeeeela saudade. Fiquei alguns dias fora do ciberespaço por causa de um problema no PC. Foi difícil, porque a nossa relação já tomou proporções maiores. Acho que nos amamos. Eu e a Internet. A Internet e eu.

Claro, vez ou outra a gente se "falava por telefone". Fui algumas vezes à lan house, mas nada como estar juntos, em "pessoa". Hoje, estamos pertos novamente. Um cupido amigo consertou o PC. Estamos felizes.

É provável, querido leitor, que você também esteja bêbado de paixão, mas sem dar conta disso. Muitos são assim: caídos de amor, mas não percebem ou preferem fingir que não é com eles.

É como o alcoolismo ou as drogas em geral. Todos dizem que param "quando quiser", mas... Não conseguem, já faz parte da vida do viciado. Eu estou viciado. Admito. Me recuso a ir ao Internautas Anônimos, pois quero permanecer assim. Falta coragem para dizem:


"Bem, tudo começou há alguns anos. Comecei nas salas de bate-papo do Terra, depois fui para o UOL. As coisas tomaram proporções tão grandes que quando percebi, não comprava mais jornais e lia e-livros".

Penso que essa epidemia está se tornando uma pandemia. Cada vez mais a sociedade migra para o ciberespaço, o espaço virtual e real ao mesmo tempo. Que bom! Espero que mais e mais pessoas estejam apaixonadas pela Internet, assim como eu, assim como o leitor também deve estar.

Nós, eu e a Internet, já temos dois lindos filhos, frutos dessa intensa relação. Um, acho que você já conhece, chama-se Letras e Harmonia. O outro, mais novinho, é o
Monografia Sobre Orkut.

Somos cuidadosos. Usamos camisinha, porque há muitos vírus circulando pela rede, mas a fábrica ainda não fechou!


sábado, 10 de janeiro de 2009

Olá, pessoal!! Boa noite!!!

Estou um pouco ausente do blog, mas já tenho texto quase pronto. Ele vai explicar o motivo de eu estar sem postar há alguns dias!

Valeu!!

Grande abraço!!!!

sábado, 3 de janeiro de 2009

Ano novo carro...

Se o governo brasileiro tem agido para evitar a crise, o Judiciário, invejoso, também faz a parte dele. Com a General Motors um tanto fragilizada, o STJ (Supremo Tribunal de Justiça) anunciou a compra de 18 automóveis de luxo, no valor de mais de R$ 2 milhões. Ahã, R$ 2 milhões.


Cada brinquedinho, de R$ 113,2 mil, terá acionamento elétrico dos vidros, ar condicionado com controle eletrônico de temperatura, air-bags frontais e laterais, bancos em couro preto ou cinza com regulagem lombar e de altura, além da barra de proteção contra impactos laterais no interior das portas. Só não sei a cor, mas um vermelho seria legal. Não vermelho de vergonha, mas de amor pelo povo que paga isso.


Tomara que o trabalho dos 33 ministros do STJ valha o quanto o contribuinte paga!

Um bom dia!

Embora nos esforçamos bastante para sermos fortes, somos patinhos, não feios, mas patinhos. A abstração da economia joga na nossa cara o quão vulneráveis somos. Essa crise revela que todo o esforço, todo o suor para construir bases sólidas e gozarmos de robustas instituições pode não ser tão confiável.

Para qual direção ir? Até a política, que governa a economia, está um pouco desorientada. Lula, o símbolo-mor da República, assume a postura de Frankling Roosevelt dos anos 30. Quer confiança, ousadia e intensa participação do Estado através de investimentos (pelo menos é esse o discurso). Nada de adiar obras.

Alguns prefeitos das principais capitais brasileiras, por outro lado... Eduardo Paes, que assumiu a prefeitura do Rio há poucos dias, já anunciou o corte de quatro secretarias e de 30% dos salários dos funcionários que ocupam cargos de confiança. Kassab, prefeito de São Paulo, também se mostrou receoso. Ele declarou que é preciso “navegar com cautela”. Curioso é que, ao contrário de Paes, ampliou o número de secretarias. Agora há também a pasta da Desburocratização (uma burocracia para conter a burocracia).

Os anos vão passando e a natureza, sem pressa alguma, nos lembra quem é que dita as regras. Os projetos científicos da modernidade visavam conter as ações da natureza em nosso benefício. A idéia de construir segurança para a existência humana.

A brincadeira até que durou algum tempo, mas a pós-modernidade revela um cenário menos seguro (insegurança, o pavor humano). Exemplos não faltam de como a idéia de ciência é hoje praticada para minimizar os impactos: furacões nos Estados Unidos, terremotos e tsunamis na Ásia, enchentes em Santa Catarina.

Ao que tudo indica, a economia também tem vida própria. Esperamos que ela não se enfureça, porque para o mundo consumista, o não preenchimento dos vazios humanos pelo constante consumo é algo realmente desagradável.

Bem, se a economia acordar furiosa e nos obrigar a deixar a natureza em paz, esta vai voltar a dormir tranqüila, pelo menos por um tempo. Agora, quem não vai conseguir pôr a cabeça no travesseiro é uma tal de espécie humana!

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

A outra face

A nossa fama no exterior, e até aqui mesmo, é a de que somos um povo hospitaleiro, alegre, caloroso e acolhedor. Sim, somos sim. O que os gringos não sabem é o nosso outro lado, menos simpático, o que diga a crise econômica mundial.

Qualquer motivo é desculpa para festas. Agora nesse fim de ano, nem ligamos para a crise, para as bolsas de valores. Desprezamos. Ignoramos.

Por mais que em dezembro de 2007 as vendas tenham sido melhores em relação ao mesmo mês de 2008, o brasileiro foi às compras, movimentou os shoppings, aqueceu a economia.

Uma semana após o Natal, mais festa, bebida, comida, diversão e...desprezo. A imprensa entrou no clima e reservou menos espaço à crise. Destacou os preparativos, as movimentações, as expectativas e, claro, a própria folia do reveillon.

Essa é a grande vantagem de ter o nível escolar mais baixo do que os europeus. Enquanto eles dramatizam, preocupam-se durante horas, nós, aqui, só ligamos até a primeira curva.

Acho, inclusive, que economista nunca deveria comentar sobre economia, assim como o cientista político poderia evitar falar sobre política. Eles teorizam demais, fantasiam, aprofundam-se de tal forma que saem do cotidiano.

O brasileiro evita esquentar tanto a cuca. Quem vai se preocupar com a General Motors quando a turma se reúne para a cervejinha, para o churrasquinho e para a caipirinha?

Coitada da crise. Mal saiu de dezembro e já vai enfrentar um janeiro preenchido pelas férias. Logo depois, em fevereiro, vem o Carnaval. É aí mesmo que ela some do mapa!

Não adianta discurso do Obama, apelo do Lula e do papa. Fevereiro é comandado por Ivete Sangalo, Chiclete Com Banana, Cláudia Leite. Carnaval é sagrado para o povo da terrinha, que pula mais durante este feriado do que canguru com formigas atrás.

Logo após... tudo volta ao normal. O governo e o setor privado já terão tido tempo suficiente para afastar as ameaças. Caso contrário, se o Coelhinho da Páscoa não ajudar, a próxima festa só em junho, a não ser que o governo edite uma Medida Provisória antecipando a festa junina para maio.