"Melhor do que ler a coluna do Veríssimo num domingo ensolarado de manhã, esperando a chegada do café para pular na piscina, é ler o Letras e Harmonia a qualquer hora em qualquer lugar", Zé- operário.



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sexta-feira, 12 de junho de 2009

O companheiro e a companheira

Olá, pessoal!!!!

Bem, como não poderia deixar passar em branco o Dia dos Namorados, deixo uma crônica que publiquei ano passado no Comunique-se. Não foi possível produzir um texto novo por causa da correria pós-moderna, mas tenho certeza de que muita gente ainda não conhecia esse aqui.

Espero que gostem. Boa leitura!

Junho, mês dos namorados. Data oportuna para escrever um texto romântico e citar como exemplo de relacionamento duradouro alguma celebridade bastante conhecida. Esta crônica, no entanto, poderia ser confundida com mais uma daquelas que promovem a mídia da fofoca.Pensei, então, em comentar sobre o casal mais famoso da ciência: os físicos Pierre e Marie Curie. Talvez seja uma forma de tornar a ciência mais íntima do leitor, incentivando o conhecimento. O tema, porém, também não me apeteceu muito.

Horas depois, estava quase decidido a mudar o assunto e escrever sobre os mitos dos nativos de Madagascar (não pergunte o motivo). Foi nesse momento que me ocorreu a idéia de analisar o casamento mais comovente e sincero que conheço: o de Lula com a População.

No início, poucos acreditavam que o relacionamento daria certo. Alguns julgavam que eles não combinavam, outros criticavam a aparência do Lula. "Ele é muito feio pra ela", diziam.
Enganaram-se! Já são cinco anos e meio juntos, o suficiente para superar grandes dificuldades.

Lembro-me de 2005, exatamente em junho, quando o relacionamento entrou em crise. Acusaram o marido de, entre outras coisas, ser traidor. O casal não rompeu e no ano seguinte renovou o matrimônio. Quem hoje os vê assim, cheio de carícias, não sabe que o processo da conquista demorou, e muito!

Tudo começou em 1989. Sofrida pelos últimos relacionamentos, a População trocou de marido. Dois homens disputavam o coração da donzela magoada. Um deles era Fernando Collor, de uma tradicional família nordestina, boa aparência e que apresentava bons modos. O outro era o Lula, este sim sangue do Nordeste, humilde, simples, com baixa escolaridade e que mal sabia falar. A jovem escolheu o primeiro.

Tola População! Mais uma vez enganada! O bom moço abusou da honestidade, da sinceridade e da confiança da esposa. O casamento, que parecia ser duradouro, não passou de três anos, o último em crise profunda.

Era tudo o que o Lula queria para levar a moça para a cama, mas também não foi dessa vez. Após um caso com um senhor soteropolitano, mas de cultura mineira, excêntrico, famoso pelo topete e por gostar de Fusca, a População caiu nos braços de um outro Fernando. Este diferente. Poliglota, carinhoso, inteligente e sociólogo reconhecido em todo o mundo, Fernando Henrique Cardoso, homem fino da elite paulista, ganhou a confiança da calejada dama.

A lua-de-mel demorou bastante tempo, mas oito anos depois o amor estava desgastado. Não havia mais o respeito e a cumplicidade que formara tão bela parceria. Melhor para o Lula, que soube aproveitar a carência da População. Estão juntos desde 2003. Ela reclama um pouco que o marido viaja mais do que fica em casa. No fundo, isso acaba ajudando. Quando ele chega de viagem, só tem tempo para matar a saudade. Embora nenhum deles fale abertamente sobre sexo, comenta-se que o cabra da peste é bom de cama. Coitadinha da População!

4 comentários:

Joyce Guilherme disse...

Sinceramente, não sei se dou risada ou se paro para uma merecida reflexão. Acho que fiz um pouco dos dois durante a leitura. Muito bacana a retrospectiva, uma história de amor bem profunda!
Massa mesmo. Amei!

Bruno Lara disse...

Que bom você ter gostado, Joyce!!! As vezes é legal tratar com mais leveza esses temas sérios!

Obrigadão!
Boa noite!!!

Unknown disse...

Achei que você foi preconceituoso, quando disse: "O outro era o Lula, este sim sangue do Nordeste, humilde, simples, com baixa escolaridade e que mal sabia falar".Não sei se foi a sua intenção, mas parece que você acha que nordestino é sinônimo de baixa escolaridade.

Bruno Lara disse...

Olá, Christine! Como vai?

Obrigado pelo comentário e por ter lido a crônica. Bem, de fato eu não quis apresentar nenhuma forma de preconceito, algo extremamente distante dos meus princípios. Tenho uma admiração enorme pelo nordestino, sempre simpático, alegre e guerreiro, apesar de muitas dificuldades que enfrentam - tive a oportunidade de conhecer a maravilhosa terrinha.

Não podemos negar, porém, que o perfil do Lula é o oposto de outros presidentes, como o do FHC, um príncipe (inclusive há um livro chamado "O Prícipe e o Sapo", fazendo referência aos dois políticos).

O Lula hoje é um ícone, pois apesar da baixa escolaridade, foi habilidoso na vida e conversa de igual para igual com qualquer doutor. Como alguém que aprecia a política, devo reconhecer o valor político tanto de um quanto do outro.

Obrigado mais uma vez e espero ter respondido à sua questão.

Tenha um ótimo dia!
Felicidades!!!