Escrever sobre política pode ser arriscado hoje em dia. Percebo que muita gente nem de longe quer ouvir falar sobre CPI, eleições, Medida Provisória, partidos políticos e nada parecido. Quem já não ouviu a (lamentável) frase “política não se discute”?
Vamos deixar de lado o fato de que discussão e política são como Zeca Pagodinho e cerveja, dinheiro e Silvio Santos, queijo e Minas Gerais, inseparáveis. O interessante (ou desinteressante) é que o clichê acusa o desgosto por uma ferramenta poderosa o suficiente para organizar e desorganizar toda a ordem do mundo, mexer profundamente nas nossas vidas.
O pior (ou melhor) é que o momento é propício para uma crônica sobre política. Movimento pelo impeachment da governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, protestos em postos de gasolina contra a carga tributária, manifestação no Rio de Janeiro contra a CPI da Petrobrás, Brasília fervendo por causa desta CPI e da reputação da estatal petrolífera, fora as manobras para as eleições 2010 e a reforma política orquestrada no Congresso. E isso não é tudo, não mesmo!
Que vontade de expressar a minha opinião! Que vontade de dizer que condeno o financiamento público de campanha, para o qual cada cidadão – creio que só os eleitores- contribuiria com R$ 7 ou R$ 9 nos anos eleitorais! Ah, que vontade de escrever aqueles textos moralistas, estilo Jabor, começando com “na minha época a política era diferente” e terminando com “ e tenho dito”! Neste caso, mentiria, é verdade, mas e daí? Faria bem à crônica. E também a mim, talvez a você.
Com receio de que o leitor condenasse o texto um tanto monótono, repetitivo, careta, prefiro calar-me, não produzir uma crônica do tipo. Melhor guardar para mim a própria opinião, não externá-las, falar sobre outras coisas. Aliás, o que achou do desempenho do Barrichello na corrida de ontem?
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