“Crise”. Ô palavrinha inconveniente! Vez ou outra ela aparece para conturbar o ambiente. Ao longo da vida, porém, somos “obrigados” a conviver com as crises, sejam referentes ao futebol (infelizmente também ao meu Flamengo), aos relacionamentos em geral, amorosos ou não, à política e... vejam só, à economia.
O curioso desta crise financeira mundial é que países (aparentemente) extremamente sólidos, com alto IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e robustas estruturas sociais, se mostram frágeis. É o caso da Islândia, da Finlândia e dos Estados Unidos, laboratório do capitalismo, mas que amarga os efeitos negativos dos próprios experimentos (dose excessiva de especulação e preços hipervalorizados). Todos esses países costumam circular nas primeiras posições do IDH, que adota como parâmetro três aspectos: a expectativa de vida, o grau de educação e o PIB (Produto Interno Bruto).
Apesar de todo este cenário de desconfiança, a crise (tomara!) deve seguir o rumo natural e passar. Foi assim com as tulipas de Amisterdã (conhecida como a primeira recessão econômica especulativa, há 400 anos), com o crack de 29, com o episódio do petróleo na década de 70, com o Efeito Tequila (crise iniciada no México nos anos 90), com a Argentina e com a Ásia há aproximadamente 10 anos, além de tantos e tantos outros casos, como o do próprio Corinthians ano passado (também acredito que o Vasco volta em 2010 para a Série A do Brasileirão).
A tempestade vai passar, dando oportunidade para o Sol revisitar a gente e obrigando os jornais a noticiarem outros acontecimentos (quem sabe um descaminho do São Paulo ou o hexa do Fla?). As forças atuantes na sociedade se organizam e estabelecem novos quadros.
Embora não seja muito fã de ditados populares, curvo-me ao “com crise se cresce”. Essa agitação nos proporciona a oportunidade da reflexão, do que queremos para o futuro (imediato, médio e até mais distante). Em que ambiente queremos viver? Qual mundo/ país/ estado/cidade/ bairro/ rua/ família desejamos construir? Como lidar com o meio ambiente?
Essas são questões a princípio tolas ensinadas nas primeiras aulas de Filosofia e Ética, mas tão fundamentais quanto escovar os dentes após o churrasco de domingo ou agradar o irmão pequeno da namorada. A juventude e os movimentos sociais em geral das décadas de 60 e 70 conceberam bem tais idéias. Até saíam às ruas para defender o que acreditavam. Estão mais do que batidos os registros das manifestações contra os governos ditatoriais, inclusive na nossa terrinha.
Por mais que nós venhamos a confirmar todas as características do chamado mundo pós-moderno, o que é praticamente impossível, estamos diante da chance de um debate, o debate capaz de influenciar todo o curso da humanidade e da vida de cada um de nós.
Até a crise tem um lado positivo. Podendo ser benéfica, dependendo do que fazemos dela, por que não substituímos o termo por um menos assombroso? O que acham de: oportunidade financeira mundial?
Fonte da imagem: blogenaro.blogspot.com/
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