"Melhor do que ler a coluna do Veríssimo num domingo ensolarado de manhã, esperando a chegada do café para pular na piscina, é ler o Letras e Harmonia a qualquer hora em qualquer lugar", Zé- operário.



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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Fim dos tempos... por enquanto


Februarius. Daí a denominação do nosso segundo mês do ano, no calendário conhecido como gregoriano, em homenagem ao Papa Gregório XIII, que reorganizou a nossa "agenda", há...há... anos pra cacilda. O significado de februarius é purificação, em referência à mitologia etrusca, na qual  Februus era o deus que purificava. Já na mitologia brasileira, a tradução para fevereiro bem que poderia ser algo como preguiça, embromação.

Não foi à toa que inicialmente fevereiro era o último mês do ano. Quando vai se aproximando o fim de um curso, as disposições já não são mais as mesmas, tende-se para a redução das energias, ao menos as chamadas produtivas- no sentido predominante atualmente. Hum... como um acalmar das movimentações (místico assim!).

Vamos tomar como exemplo esse boato de que em 2012 o mundo sobe no telhado. Em 2011, você manteria o ritmo e o estilo de vida? Fala a verdade (segredo nosso, prometo não espalhar- confia em mim?). Ou, ao contrário, aproveitaria o ano para VIVER (em maiúsculo mesmo)? Aposto duas entradas para o jogo do Flamengo na final da Libertadores deste ano que você decidiria pela segunda opção (promoção sujeita a cancelamento, caso o vencedor não saiba falar hebraico).

Tentador viajar para aquele lugar que sempre nos chamou a atenção, reunir todos os amigos numa festa de três dias e três noites e fazer um milhão de coisas que estão no canto da sua mente há um bom tempo, né? Tipo chegar na irmã do seu amigo, sem receio do que ele vai pensar, até porque ele deve estar de olho na sua prima (garanto que não é autobiografia).
 
Quando estamos no fim de um percurso, a gente pensa e tende a agir diferente de quando estamos no meio dele (esta reflexão superoriginal está sendo patenteada, hein!). O fim, porém, é como o início. De certa forma.

Antes de ser o segundo mês do ano, fevereiro era o último. E antes disso, não era! "Como não era?" Não era, ora bolas. Até o século 8 a.C, o  calendário romano tinha dez meses. Sim, curioso, não? Februarius e januarius (este, o penúltimo) passaram a  compor o calendário no século seguinte, quando foi preciso acertar a marcação do tempo em relação  à contagem astronômica (científico assim!).

No século 1 a.C., Júlio César (não o goleiro da seleção, mas sim o imperador- não o atacante do Flamengo, mas sim o militar romano) transferiu os amigos februarius e januarius (boa praça como o titular) para o início de cada ano. Mesmo não sendo o último, fevereiro ainda fica com aquela cara de domingo após o almoço na casa da avó simpática do interior de Minas Gerais. Uma lombeeeeira! Saiu do fim para ficar no início, quando as forças estão ainda se aquecendo.

Se fosse um programa de TV, acho que fevereiro se pareceria com o Vale a Pena Ver de Novo. Caso fosse um  piloto de Fórmula 1 ou um time de futebol, se assemelharia  bastante, respectivamente, com o Rubinho e com o time do... (crônica interativa: use a imaginação). Arriscaria dizer que fevereiro é como as saudáveis piadas sobre o querido povo baiano.

Fevereiro: Carnaval, festas das festas; semiférias; mês mais curto. Todo original. Todo diferente. Todo marrento. Todo se querendo. De verdade, de verdade mesmo? É um pseudomês, não almeja superação alguma. Os que desfrutam mesmo de fevereiro sequer esperam março (talvez a maioria?). Pra quê? Por quê? Fevereiro é o início e o fim de si próprio. Se basta!

Vamos compará-lo ao recém-casal de namorados, juntos há dez dias. Não veem algo depois daquele momento. Que política internacional que nada! Que Teoria do Big Bang,  declarações do presidente da Coreia do Norte, sucessão da Corte britânica! O casal se basta. Se vive. Fevereiro também. O casal gira ao redor de si. Fevereiro também. Uma pequena ponta de tempo que recusa o todo. Autonomia poética (literário assim!).

Adoraria saber como a Física explica esse fenômeno, mas estamos em fevereiro. Ele se explica por si só e recusa qualquer (tentativa de) intervenção. Quanta pertinente insolência! Até fevereiro.

4 comentários:

Gustavo Leal disse...

Juro que quando crescer quero ser igual a você. Escrever tão bem assim... rs.. Forte abraço amigo!

Bruno Lara disse...

Rs...valeuw, Gustavo!

Pow, tenho muuuiiita coisa a aprender ainda! Mas valeuw pela força!

Grande abraço!
Sucesso!

Matheus disse...

Já estamos em março!!!!
O ano começou e ta na hora de um texto novo!
Abraço!

Bruno Lara disse...

Matheus,

já temos uma crônica prontíssima. Só preciso passar para o pc e publicar aqui.

Muito em breve teremos atualização no Letras.

Abração!