"Melhor do que ler a coluna do Veríssimo num domingo ensolarado de manhã, esperando a chegada do café para pular na piscina, é ler o Letras e Harmonia a qualquer hora em qualquer lugar", Zé- operário.



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quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Que seja eterno enquanto dure esse amor!



        Imagem: WClipart.
Um dos temas que mais me chamam a atenção, tanto para escrever quanto para refletir, é a pós-modernidade (abrangente, né?). Primeiro pela agradável e não tão rara coincidência: sou um indivíduo pós-moderno. Talvez até tenha presenciado também outras épocas, como a Modernidade, a Idade Média e, quiçá, o período da Grécia Antiga. De fato, de fato mesmo, não posso afirmar com aqueeeela certeza. Tenho apenas vaga lembrança da época em que pegava a Cleópatra, quando o romano Marco Antônio ia jogar par ou ímpar com os amigos de bar, mas são só flashes.

Em segundo lugar, a pós-modernidade é interessante, inclusive, porque parece uma folha em branco, na qual qualquer desenho/rabisco pode ser feito. Seja para o que é considerado bem e não tão bem assim. O mundo hoje está, de acordo com a minha humilde opinião, como uma literatura. Uma literatura de alto nível, a verdade seja dita. Desafio um escritor a ter imaginado tanta fantasia que pareça verdade, ou verdade semelhante à fantasia- algo mais ou menos assim!

Veja, por exemplo, o acelerador de partículas LHC, construído sob a fronteira da França com a Suíça. O maior equipamento científico da história do planeta (pelo menos do nosso) concentra a expectativa e esperança de revelar mistérios da esfera onde “vivem” as  subpartículas. Se tudo der certo, acredita-se, vamos entender melhor o Big Bang, teoria mais aceita sobre o surgimento de tudo a partir de quase nada.

Os cientistas da Física Quântica, que analisa profundamente as tais subpartículas, dizem que a “vida” lá é mais intensa e também mais instável do que a programação do SBT e temperamento de filho mimado por pais ricos. Trazendo para a nossa realidade, uma bola, por exemplo, é capaz de girar para um lado e para o outro, como aqui, mas ao mesmo tempo (!). Sim, estou sóbrio. Doideira, né?

O limite que separa a literatura e a ciência está cada vez menos perceptível. A proximidade entre o (belo) instigante casal confunde a gente às vezes. O que seria literatura? E a ciência? Onde exatamente está a imaginação? E a realidade?

Esse namoro já virou noivado e, inevitavelmente, chegará no altar. Não há muito tempo. “Se alguém for contra essa união, fale agora ou cale-se para sempre”. Vixi, essa não é uma típica frase religiosa? Olha um novo triângulo amoroso se formando...(quem seria o Marco Antônio?)

4 comentários:

Rodrigo disse...

que viagem, hein, maluco...

mas um bom texto pra refletir!!! Acrescento ainda o papel da globalização para tornar ainda mais evidente esta folha em branco, onde qualquer desenho pode ser feito e criticado, apagado e refeito em qualquer lugar e a qualquer momento. Espero que a união entre ciência e cultura se consolide realmente e que estes "sejam felizes para sempre"... A vida agradece!!!

Abração

Bruno Lara disse...

Rodrigão,

esse aspecto que atenta para a globalização é bem interessante mesmo, porque, inclusive, minimiza a noção de territorialidade e de concretude.

A atual conexão do mundo baseado na informática e na tecnologia cria, ao meu ver, um ambiente bem flexível, em constante mudança e, de certo modo, não previsível.

Bom, mas o assunto é tão amplo que seria necessário vários posts.

Abração!

Rodrigo disse...

É, com certeza este mundo inter conectado pode trazer esta flexibilidade e a sensação de proximidade com. Mas é claro que a cultura interna e local e suas peculiaridades devem ser preservadas e ensinadas.

Que graça terá se o mundo for todo uniforme?

Acho que dei uma viajada legal, mas a idéia é mostrar que o casamento entre ciencia e cultura deve cada vez mais preservar o local, apesar de tantas Globos e Records no mostrarem o contrário e nos impuserem um modo de vida uniforme...

Enfim... to viajando...

Abração

Bruno Lara disse...

Opa, claro! Claro!

Falou algo mto importante: preservação da cultura local.

Particularmente, imagino que à medida que a cultura "sem fronteiras" se alastra, uma outra força valoriza hábitos locais- cultura mais íntima, segura e acolhedora. Desde que haja uma harmonia benéfica para a humanidade entre visão geral e "interna" (local), as observo com boas perspectivas.

Apesar de muitas críticas sobre a padronização cultural e de setores diversos da sociedade, penso que na verdade a tendência é o contrário. Vejamos, por exemplo, a personalização de serviços e produtos oferecidos hoje em dia. Acredito que a segmentação está bastante inserida entre nós.


Valeuw, cara!
Abraços!